segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sou daqueles

Sou daqueles que precisam sempre ver o fim do filme e não se contentam com trechos da história e nem priorizam parte em separado. Aqueles que trocem pelo amor normal e a quem as intrigas não agradam. Aqueles que vêem as relações sem profundidade como conseqüência e não como objetivo. Aqueles que enxergam nos problemas naturalidade inevitável e possibilidade de amadurecimento, mas não um combustível necessário. Aqueles românticos derramados que acreditam em amores completos e não em meios amores. Aqueles que transbordam inevitavelmente o que sentem sem nunca olhar suas manifestações de sentimento com olhos satisfeitos. Aqueles que se emocionam com histórias de amor lendário, de amor comum, de amor supremo.

Sou daqueles que vivem felizes com rotina simples de casal e fazem questão de manter a inovação a fim de ampliar os horizontes. Aqueles cuja percepção de ter algo raro traz o medo presente do fim, que mesmo sem reais perigos sofrem a perda. Aqueles que percebem o outro como melhor lhes é possível e tentam sempre melhorar o impossível. Aqueles que não se contentam em estar bem e querem o melhor ainda.

Sou daqueles que acreditam em um amor além do tempo, do espaço, além do difícil, do impossível, além do corpo, da aparência, além da vida, da morte. Aqueles para os quais amar faz parte de existir.

Daniel Victorino