quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Há quanto tempo o presente virou passado?

Nossos pais, sábios e zelosos, sempre nos avisaram: a infância é a melhor fase da vida. Durante todo esse tempo, ríamos. Por acharmos aquilo uma coisa sem sentido, por querermos crescer, por querermos mudar. Hoje, sinto falta. Meus bonecos nunca mais ganharam vida, meus carrinhos nunca mais tiveram uma grande corrida pela frente, o esconde-esconde foi esquecido. Como era bom não pensar em nada, como era bom não ter responsabilidades, não estudar, não chorar por nada que não fosse um arranhão no joelho ou um brinquedo. Como era bom que o meu pior problema fosse um jogo de vídeo-game, ou um novo modelo do Max Steel. A hora de dormir era tranquila, sem insônia; o bem sempre vencia o mal e tudo o que eu fazia era “bonitinho”. 

É uma pena que só notamos a falta que nos faz alguma coisa, após termos perdido. Só quando esta coisa, se torna uma mera lembrança confusa, perdida em meio a milhões de outras em nosso infito imaginar.

Em 16 anos, eu percebi.

Eu percebi que uma amizade não é verdadeira apenas por ser antiga, mas por ser uma relação além de sentimentos.

Eu percebi que uma vida não é o suficiente para se conhecer alguém, e que nunca iremos saber tudo.

Eu percebi que erramos muito e o passado não volta, mas que isso acontece para acertarmos no futuro.

Eu percebi que nunca é tarde para mudar, mas nunca é muito cedo para começar.

Eu percebi que o amor não se explica, mas se sente; que não tem hora nem lugar, mas às vezes tem fim.

Eu percebi que lutar por uma causa pode ser difícil, mas desistir com certeza é mais doloroso.

Eu percebi que não importa quantas vezes você diga “eu te amo”, não é o suficiente; e que amar alguém, não torna nada mais fácil.

Eu percebi que quanto pior a vida de alguém, mais interessante se torna a vida alheia.

Eu percebi que muitas palavras, se usadas para o bem, podem criar algumas vidas, e, se usadas da maneira egoísta, são necessárias algumas palavras para tirar muitas vidas.

Eu percebi que a vida é feita de tristezas e alegrias, e que ser feliz não é ter apenas momentos de felicidade, mais saber lidar com os momentos de tristeza.

Eu percebi que homens não são aqueles que tentam dominar o mundo, mas sim mudá-lo.

Por mais que eu tente, eu nunca serei perfeito.

Por mais que eu tente, sempre alguém irá sair machucado.

Por mais que eu tente, tem coisas que sozinho não consigo mudar.

Por mais que eu tente, eu tenho 16 anos.

Por mais que eu tente, existem perguntas que não possuem respostas.

Por mais que eu tente, a vida irá chegar a um fim, e quero de verdade dizer que fiz a diferença e que eu, realmente VIVI.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A Liberdade Incondicional

  Sem compreender os motivos de sua própria existência, caminhava pelo corredor da escola. Quinta-feira americana, consumista e silenciosa. Dentro de sua cabeça, tocava uma música. Seu crânio vibrava e ressoava, seu cérebro tremia em um ritmo que mesclava pensamento e ódio.
  O capuz escondia suas feições, que sempre estavam voltadas para baixo, sem admirar o chão e sem notar o céu. Seu olhar, esse não se podia esconder. Emanando de seus olhos, vermelho e amarelo se revezavam, vacilando e se fundindo, em um brilho medonho. Mãos dentro dos bolsos do casaco, e na mão direita, uma arma.
  Amigos, eram lendas. Colegas que corronpiam sua sanidade, que jogavam com sua mente, esses sim, apresentados diariamente. O suor era gélido, lhe escorria pela nuca. Nunca tivera um amor, uma garota, um lábio, uma mão. Estranho? Seus desejos nunca passaram de risadas alheias, suas preces de palavras perdidas.
  A solução para este dilema era simples: calibre trinta e oito. Seus tênis estavam sujos, gostava de andar sozinho, costumava ficar sozinho. O corredor acabara, e duas possibilidades se estendiam: a saída e o refeitório.
  Abriu as portas com um pontapé. Não o notaram, nunca o faziam. Caminhou com respirações pesadas e passadas mais rápidas. Finalmente o dia chegaria! Desviou-se de um par de cadeiras, passou por um estudante que desfrutava de um suco, tomou a direção de seu destino.
   Enfim, encontra seu pior pesadelo: alto, loiro e popular. Como sempre, alto e loiro diz alguma provocação. Logo vem uma piada, todos ao redor, riem. Nada fala, levanta os olhos apenas. Medo domina os presentes, com arma em punho, apenas dois tiros. Duas pessoas, dois culpados, dois opostos.
  Sangue quente escorre... pessoas correm... confusão... dor estranha... medo... dor some... pessoas somem... barulho some... olhos... fecham... sorriso... calma... paz... não... existe... pro... blema... fi... nal... men... te..., l..i..v..r..e...
    

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Iniciação

Humildemente chego ao mundo blogueiro. Espero que consiga fazer deste uma ferramenta para reflexão e expressão. Entrem no blog para conferir,
Daniel.