Nossos pais, sábios e zelosos, sempre nos avisaram: a infância é a melhor fase da vida. Durante todo esse tempo, ríamos. Por acharmos aquilo uma coisa sem sentido, por querermos crescer, por querermos mudar. Hoje, sinto falta. Meus bonecos nunca mais ganharam vida, meus carrinhos nunca mais tiveram uma grande corrida pela frente, o esconde-esconde foi esquecido. Como era bom não pensar em nada, como era bom não ter responsabilidades, não estudar, não chorar por nada que não fosse um arranhão no joelho ou um brinquedo. Como era bom que o meu pior problema fosse um jogo de vídeo-game, ou um novo modelo do Max Steel. A hora de dormir era tranquila, sem insônia; o bem sempre vencia o mal e tudo o que eu fazia era “bonitinho”.
É uma pena que só notamos a falta que nos faz alguma coisa, após termos perdido. Só quando esta coisa, se torna uma mera lembrança confusa, perdida em meio a milhões de outras em nosso infito imaginar.