quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O Fim da Prisão Mortal

  Deixamos de ser humanos. Sem perceber, perdemos nossas almas. Por cada poro observamos nossa alma escorrer, por cada saída evaporar. A subjetividade sendo perdida em um translúcido espetáculo. A anti-matéria em direção ao éter, fugindo das carcaças vazias dos homens. Abandonando sua antiga morada, seu antigo cárcere.

  Pelos olhos a alma escapa. Pelos ouvidos a alma foge. Pela boca a alma se atira. Pelas mãos a alma corre, e aos pés, a alma não se prende.

  Durante esse processo, sentimos muito frio. Talvez por perdermos nossa essência, talvez por perdermos nossos pensamentos de afeto. Sentimos medo. Um medo terrível além da mais fértil imaginação divina, além da mais cruel concepção do que é temer. Uma dor indescritível nos mantém em pose fetal. Ah! Desgraçada ironia do destino. Uma dor insuportável nos obriga a levar as mãos a cabeça, aos olhos, a boca, aos ouvidos, a cada lugar por onde tudo o que somos, acaba. Tornando-se, tudo o que ÉRAMOS.

Um comentário: